Parece que já chegámos ao ponto das entradas “a pedido”, um facto que é bastante agradável. Poderá, porém, acontecer eu não saber. Mas juntos havemos de encontrar sempre uma solução.
E não esquecemos que, na história das palavras, como nas histórias dos homens e das nações, há muitas vezes lendas que nascem, nem sempre com origem certa, e se transmitem como se fossem verdades inegáveis. No caso presente, é o leitor Manuel Jose Sampaio Silva que me pede para pôr os pontos nos iis sobre a origem da palavra assassino e seus derivados.
Para mim esta é fácil, porque foi uma das primeiras etimologias que aprendi, muito antes, se me não engano, de me interessar por estas histórias.
Diz o Manuel José que leu algures que “assassino” vem do nome de Hassan Sabah. Acho que está quase certo.
Deve ter relação com a seita de guerrilheiros formada por Hassan Sabah, mas a etimologia de “assassino” vem de “hashish”, uma palavra árabe, que significa erva, e que é usada para designar o “cannabis”.
No tempo dos Cruzados, os fanáticos muçulmanos ismaelitas, que se formaram em quadrilhas, para assassinar os cristãos e outros inimigos da sua fé, costumavam fumar o “hashish”, e sob a influência da droga cometiam os seus ataques.
Um consumidor de “hashish” era um “hashishi”, e, no plural, “hashishin”, nome porque eram conhecidos os membros dessas quadrilhas.
O tomar-se uma palavra no plural para dar origem a um termo no singular noutra língua, não é raro, sobretudo quando a desinência do plural é muito diferente nas duas línguas.
Vê-se, por exemplo, designar um judeu sefardi ou sefardita, por “sefardim” e até “sefardin”.
Diz-se e escreve-se “fulano era sefardin”, quando em hebraico esta é a forma do plural e se deva dizer “fulano é sefardi”, ou “eles são sefardim”.
Portanto, muito simplesmente, os que tomavam “hashish” eram “assassinos”, e assim derivou para várias línguas Onde entra aqui o Hassan Sabah? Hassan i-Sabbah (1034.1124), a quem Marco Pólo chamou o “Velho das Montanhas”, foi um missionário nizari, seita ismaelita iraniana, que converteu uma aldeia inteira, chamada Alamut, nas montanhas Alborz, no norte do Irão. Foi ele o fundador de um desses grupos a cujos membros chamavam, de forma derrogatória, os “Hashshin”. Daí que o nome de Hassan Sabah esteja ligado na história aos “assassinos”.
Obrigado pela explicação. Já agora aproveito, se me permite, para publicitar o livro onde li a referência Hassan Sabah. E faça-o por achar que se trata de um livro essencial para se entender o actual conflito civilizacional Islão/Ocidente. A não perder: O Ocidente e o Resto – Roger Scruton.
Um abraço
Prezado Inácio,
o Cannabis seco chama-se em alemão Marihuana, mas prensado chama-se Haschisch !
A minha lista de “pedidos” já esta a ser escrito, vai ser uma lista ernorme….
🙂
Konrad
E incrivel como ate hoje presistem os “assassinos” por parte de muitas seitas ismaelitas!!!
Um abraco e bom fim de semana.
É bom lembrar que o paraiso prometido aos homens bomba atualmente também era prometido aos assassinos, mas eles nao lutavam sob o efeito da droga, eles lutavam pois qdo sob o efeito da mesma era lhe dado acesso ao harem, o que era maravilhoso, assim se eles quisessem esse paraiso que sob os efeitos da droga se apresentava maravilhoso, teriam que lutar e meorrer para conquistá-lo, até hoje esperam rios de mel e não sei qtas virgens.
Por outro lado os cristãos cruzados qdo marchavam com a cruz à frente, ela não simbolizava o cristo (não esqueçamos que a cruz era um T -egipcio- ou um X romano) e sim a espada. Eram assassinos a serviço de outro deus.
Os Romanos marchavam com os látigos à frente para mostrar o que esperava aos enemigos caso perdessem ou decidirem lutar.
A historia das religioes é de alguma maneira a historia dos assassinos, da castração e da falta de inteligencia e sensibilidade humana, é só olhar em volta.
Muito interessante, palavras que movem o mundo…
Não me parece correta esta resposta. Há uma outra explicação para a origem dessa palavra e esta é descrita por Amin Maalouf, no seu livro Samarcanda:
“A verdade é outra. De acordo com os textos que nos chegam de Alamut, Hassan Sabbah gostava de chamar os seus adeptos de assassiyun, os que são fiéis ao Assass, ao «fundamento» da fé, e esta palavra, mal compreendida pelos viandantes estrangeiros, é que pareceu ter um ressaibo de haxixe” (…) Marco Polo popularizou essa ideia no ocidente. Deu-se crédito à tese de que eles actuavam sob o efeito do haxixe e os seus inimigos no mundo muçulmano chamavam-lhes por vezes haschichiyun , «fumadores de haxixe», para os desconsiderar. Alguns orientalistas julgaram ver neste termo a origem da palavra «assassino», que se tornou, em várias línguas europeias, sinónimo de homicida.”
Aos que se interessarem por outra visão dos Cruzados no oriente sugiro a leitura desse mesmo autor, As cruzadas vista pelos árabes.
Tenham todos um excelente dia.
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